Bullying na escola - uma escuta que transforma
- Simone Alves Costa

- 19 de set.
- 2 min de leitura

Falar sobre o bullying nas escolas vai muito além de apresentar conceitos prontos ou repetir sermões pedagógicos. Trata-se de um convite profundo à escuta, à presença e ao vínculo.
O bullying é um fenômeno complexo, que se manifesta de maneiras distintas em cada espaço e grupo social. Por isso, antes de intervir, é preciso compreender: como ele acontece aqui? Quem são os envolvidos? Quais dores e dinâmicas sustentam essas relações?
Essa compreensão não nasce de fórmulas prontas. Ela se constrói a partir de uma escuta genuína dos estudantes, principalmente dos adolescentes — escuta essa que exige do educador muito mais do que atenção: exige disponibilidade emocional, ausência de julgamento e um olhar acolhedor e sistêmico.
Não é tarefa simples. Requer tempo, afeto e uma postura ativa por parte da escola enquanto comunidade educativa. Criar um ambiente seguro para que os jovens possam falar, nomear, elaborar suas experiências e dores é um processo delicado, que demanda investimento contínuo.
Mas há caminhos. E um deles tem se mostrado potente: a criação de espaços permanentes de escuta e diálogo.
Círculos de conversa, rodas de acolhimento, assembleias escolares, momentos de expressão simbólica e projetos interativos são algumas das estratégias possíveis. Quando esses espaços são sustentados com seriedade, ética e cuidado, eles se tornam verdadeiras ferramentas de transformação das relações escolares.
A prevenção do bullying não começa com a punição. Começa com o vínculo.
E é nesse ponto que a educação socioemocional se revela essencial. Ela convida toda a comunidade escolar a olhar para além do comportamento visível, entendendo o que se move internamente em cada sujeito. Convida também os adultos — professores, gestores, famílias — a se incluírem nesse processo de transformação, reconhecendo que o ambiente escolar saudável se constrói de dentro para fora.
Em meu trabalho com escolas, por meio de formações, palestras e consultorias, tenho visto os impactos positivos que surgem quando educadores se tornam facilitadores do sentir e do pensar. Quando deixam de lado os discursos prontos e se aproximam da escuta verdadeira.
Falar sobre bullying é, antes de tudo, falar sobre humanidade. E sobre a escola como espaço possível de cura e reconstrução de vínculos.
Se sua escola deseja trilhar esse caminho, estou à disposição para construirmos juntos ações alinhadas à educação socioemocional e à cultura de paz.
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